quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Encontro

Domingo último ocorreu algo que há muito esperava. Atendendo à um convite do meu pai, levei meu namorado à casa dele.
Marcamos às 19:30, e por volta das 18h ele passou para me pegar próximo a minha casa. Fomos ao supermercado para conversarmos um pouquinho e relaxar antes do encontro. Fomos brindados com uma chuva torrencial (brindados porque eu adoro chuva), que nos obrigou a ficar um bom tempo presos dentro do carro no estacionamento do mercado. Isso foi bom, pois pudemos conversar bastante e até namorar um pouquinho até a chuva passar...
Após a chuva diminuir, entramos no mercado, passeamos um pouco e saímos de lá com um pote de sorvete, que no fim garantiria boas risadas....
Chegamos à casa do meu pai, que na verdade é do meu tio, que mora na parte da frente, e foi ele quem nos recepcionou... Confesso que preferia evitar esse encontro, mas acho que passou batido, sem levantar suspeitas (e se levantou também, eu já não me importo). Continuamos até encontrar meu pai. Ele estava na sala, havia acabado de chegar do serviço. Os procedimentos formais foram cumpridos: cumprimentos, apresentações e etc... e adentramos. A primeira impressão foi ótima: ambos (pai e namorado) tinham a expressão calma e satisfeita.
Sentamos ao sofá e conversamos muito, como previsto, no início houve um certo silêncio. Então eu comecei a contar as muitas novidades: os probleminhas de saúde que havia enfrentado, as aulas de direção, etc. O gelo foi se quebrando e acabamos falando sobre tudo, inclusive sobre O Tema: homossexualidade. Nessa hora meu pai ficou um pouco mais calado, mas também interagiu. Rimos bastante da conversa, das "Vídeo Cassetadas" e da vida de um modo geral. Fomos para a mesa comer pizza e a conversa fluiu livremente, falamos sobre trabalho, estudo e... comida é claro. Novas risadas rolaram soltas, principalmente por causa de um pequeno incidente que criou uma bola de sorvete voadora... rsrsrsrsrs...
Após mais uma rodada de conversas e outra rodada de pizza, o relógio apontava 22:20. Hora de ir embora.
Nos despedimos de meu pai, sua esposa e sua enteada e rumamos para casa, felizes como poucas vezes nos sentimos e realizados como nunca.
Pode parecer bobeira para alguns, mas para nós dois foi um passo muitíssimo importante...

No dia seguinte, na hora do almoço, meu amor me ligou. Poucas vezes o senti tão feliz ao telefone, sua voz estava radiante e cheia de alegria. Naquele instante me senti ainda mais feliz, pois percebi que um simples gesto pode trazer a felicidade de quem se ama.
Um pouco mais a tarde, encontrei meu pai e perguntei o que tinha achado do meu namorado. Ele disse que tinha gostado muito, que ele era muito inteligente, muito educado, mas acima de tudo, muito simples e humilde. Exatamente tudo o que me encanta nele.
Nesse momento me senti realizado, meu namorado havia gostado muito do meu pai e o mesmo meu pai sentia por ele. Voltei para casa saltitante, cantei, dancei e agradeci muito a Deus por ter esses dois homens em minha vida. Na verdade os dois Homens da Minha Vida.


Um comentário:

MΔRCEL_DЦCHΔMP_♫ .PRIVΔTVӨ disse...

"DA CHEGADA DO AMOR"


(Elisa Lucinda)





Sempre quis um amor


que falasse


que soubesse o que sentisse.


Sempre quis uma amor que elaborasse


Que quando dormisse


ressonasse confiança


no sopro do sono


e trouxesse beijo


no clarão da amanhecice.





Sempre quis um amor


que coubesse no que me disse.


Sempre quis uma meninice


entre menino e senhor


uma cachorrice


onde tanto pudesse a sem-vergonhice


do macho


quanto a sabedoria do sabedor.





Sempre quis um amor cujo


BOM DIA!


morasse na eternidade de encadear os tempos:


passado presente futuro


coisa da mesma embocadura


sabor da mesma golada.


Sempre quis um amor de goleadas


cuja rede complexa


do pano de fundo dos seres


não assustasse.


Sempre quis um amor


que não se incomodasse


quando a poesia da cama me levasse.


Sempre quis uma amor


que não se chateasse


diante das diferenças.





Agora, diante da encomenda


metade de mim rasga afoita


o embrulho


e a outra metade é o


futuro de saber o segredo


que enrola o laço,


é observar


o desenhodo invólucro e compará-lo


com a calma da alma


o seu conteúdo.


Contudo


sempre quis um amor


que me coubesse futuro


e me alternasse em menina e adulto


que ora eu fosse o fácil, o sério


e ora um doce mistério


que ora eu fosse medo-asneira


e ora eu fosse brincadeira


ultra-sonografia do furor,


sempre quis um amor


que sem tensa-corrida-de ocorresse.


Sempre quis um amor


que acontecessesem esforço


sem medo da inspiração


por ele acabar.


Sempre quis um amor


de abafar,


(não o caso)


mas cuja demora de ocasoes


tivesse imensamente


nas nossas mãos.


Sem senãos.


Sempre quis um amor


com definição de quero


sem o lero-lero da falsa sedução.


Eu sempre disse não


à constituição dos séculos


que diz que o "garantido" amor


é a sua negação.


Sempre quis um amor


que gozasse


e que pouco antes


de chegar a esse céu


se anunciasse.



Sempre quis um amor


que vivesse a felicidade


sem reclamar dela ou disso.


Sempre quis um amor não omisso


e que suas estórias me contasse.


Ah, eu sempre quis um amor que amasse...