Domingo último ocorreu algo que há muito esperava. Atendendo à um convite do meu pai, levei meu namorado à casa dele.
Marcamos às 19:30, e por volta das 18h ele passou para me pegar próximo a minha casa. Fomos ao supermercado para conversarmos um pouquinho e relaxar antes do encontro. Fomos brindados com uma chuva torrencial (brindados porque eu adoro chuva), que nos obrigou a ficar um bom tempo presos dentro do carro no estacionamento do mercado. Isso foi bom, pois pudemos conversar bastante e até namorar um pouquinho até a chuva passar...
Após a chuva diminuir, entramos no mercado, passeamos um pouco e saímos de lá com um pote de sorvete, que no fim garantiria boas risadas....
Chegamos à casa do meu pai, que na verdade é do meu tio, que mora na parte da frente, e foi ele quem nos recepcionou... Confesso que preferia evitar esse encontro, mas acho que passou batido, sem levantar suspeitas (e se levantou também, eu já não me importo). Continuamos até encontrar meu pai. Ele estava na sala, havia acabado de chegar do serviço. Os procedimentos formais foram cumpridos: cumprimentos, apresentações e etc... e adentramos. A primeira impressão foi ótima: ambos (pai e namorado) tinham a expressão calma e satisfeita.
Sentamos ao sofá e conversamos muito, como previsto, no início houve um certo silêncio. Então eu comecei a contar as muitas novidades: os probleminhas de saúde que havia enfrentado, as aulas de direção, etc. O gelo foi se quebrando e acabamos falando sobre tudo, inclusive sobre O Tema: homossexualidade. Nessa hora meu pai ficou um pouco mais calado, mas também interagiu. Rimos bastante da conversa, das "Vídeo Cassetadas" e da vida de um modo geral. Fomos para a mesa comer pizza e a conversa fluiu livremente, falamos sobre trabalho, estudo e... comida é claro. Novas risadas rolaram soltas, principalmente por causa de um pequeno incidente que criou uma bola de sorvete voadora... rsrsrsrsrs...
Após mais uma rodada de conversas e outra rodada de pizza, o relógio apontava 22:20. Hora de ir embora.
Nos despedimos de meu pai, sua esposa e sua enteada e rumamos para casa, felizes como poucas vezes nos sentimos e realizados como nunca.
Pode parecer bobeira para alguns, mas para nós dois foi um passo muitíssimo importante...
No dia seguinte, na hora do almoço, meu amor me ligou. Poucas vezes o senti tão feliz ao telefone, sua voz estava radiante e cheia de alegria. Naquele instante me senti ainda mais feliz, pois percebi que um simples gesto pode trazer a felicidade de quem se ama.
Um pouco mais a tarde, encontrei meu pai e perguntei o que tinha achado do meu namorado. Ele disse que tinha gostado muito, que ele era muito inteligente, muito educado, mas acima de tudo, muito simples e humilde. Exatamente tudo o que me encanta nele.
Nesse momento me senti realizado, meu namorado havia gostado muito do meu pai e o mesmo meu pai sentia por ele. Voltei para casa saltitante, cantei, dancei e agradeci muito a Deus por ter esses dois homens em minha vida. Na verdade os dois Homens da Minha Vida.
As vozes das cantoras
Há 11 anos
Um comentário:
"DA CHEGADA DO AMOR"
(Elisa Lucinda)
Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.
Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenhodo invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecessesem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocasoes
tivesse imensamente
nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.
Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.
Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis um amor que amasse...
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